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Dá licença
Dá licença os povo de ontem,
os de hoje e de amanhã
Dá licença as palavras
Pra contar nossas histórias e também pra nos contar
Pra contar que somos mais,
mais que possa imaginar
Dá licença as histórias que agora vão contar...
Donde se cruzam caminhos,
Culturas, motrizes
Donde tomamos um rumo,
do lugar de ENCRUZILHADA
Área: direção

Cantador/a
MURIQUINHO, criança pequenina.
Muriquinho piquinino, (2x)
Ô parente
De quissamba na cacunda,
Purugunta adonde vai (2x)
Ô parente
Pru quilombo do Dumbá
Purugunta adonde vai (2x)
Ô parente
Pru quilombo do Dumbá
Ei, chora-chora mgongo ê devera
chora, mgongo, chora
Ei, chora-chora mgongo ê cambada
chora, mgongo, chora
Área: infantojuvenil 

Histórias veladas,
de repente reveladas
Se não deu pra entender,
vão agora recontar
Contar uma vez,
duas vezes,
quantas vezes precisar
Contar com palavras,
em papel e sem papel
Contar com textos,
grafados na memória
Contar com verbos,
escritos com corpos,
sons,
e movimentos
ORALITURA
Área: texto | trilha sonora

Narrativas distintas de retintas negruras
Vozes e figurinos em movimentos
Coreografias em cada curva espiralar
Desenhadas dos cabelos aos pés,
adornos e saberes em volteios
Ostentam corpa e CORPO ADEREÇO
Área: dança

Evento PERFORMANCE DO TEMPO ESPIRALAR
Atravessa e é atravessado
pelo passado,
futuro e
presente
Tempo não linear
Em curvas, vai e volta
Gira ancestral que inspira ar
Transforma, rasura e acrescenta
Área: performance

Corpa, corpo, corpus em performances rituais
Elaborações espetaculares
Cena negra
Lugar de saber e enunciação
Institui e mantém
Locus/LUGAR DA MEMÓRIA
Área: obra artística de curta duração 

Negra cor,
corpo,
portal
Inscreve e
interpreta,
por meio da voz:
palavra estética
Por meio do gesto:
coreografia poética
Repertório de saberes,
Em AFROGRAFIA
Área: atuação

Escritura estética,
nem sempre avistada
Rasura epistêmica,
confabulada
Ruptura semântica,
negritada
CENA EM SOMBRAS,
quando vista
descortina exuberância de paisagens,
vestes
e luzes
Área: cenário | figurino | luz

Surgem cenas insurgentes
Teatros no plural
Aportes plurais
Aplausos
Quando as cortinas se abrem:
PALCO EM NEGRO
Mais aplausos
O espetáculo já vai começar
e não tem hora pra acabar!
Área: obra artística longa duração

Cantador/a
Tá caindo fulô
Tá caindo fulô
Tá caindo fulô
Tá caindo fulô
Lá do céu, cá na terra
Ê, tá caindo fulô
Lá do céu, cá na terra
Ê, tá caindo fulô
(Repete)
Rosas doutrora,
agora
e porvir
Salve, salve ANCESTRALIDADE negro-africana!
Área: personalidade | homenagem | revelação


Referências

Leda Maria Martins é reverenciada e referência conceitual para fabulação das categorias em torno da tese A Cena em sombras: expressões do teatro negro no Brasil e nos Estados Unidos (1991), dos livros A cena em sombras (1995), Afrografias da memória (1997), do artigo “Performance do tempo espiralar” (2002), dos projetos de pesquisa “O Palco em Negro: reflexões sobre a dramaturgia e a cena afro-brasileiras contemporâneas” (2014-2018) e “O Palco em Negro: estudo da dramaturgia e da escritura cênica de matizes afrobrasileiros” (2011-2014), além de expressões da cultura banto.

A partir dessa pesquisa, as diretrizes e as categorias (nomes e textos) do Prêmio Leda Maria Martins foram elaborados por Denilson Tourinho, idealizador e coordenador da premiação.