Descrição
Nome do Grupo, Companhia ou Artista: Teatro Negro e Atitude
Estilo: Espetáculo de longa duração
Sinopse: Livremente inspirado nas músicas: “Gênesis” e “Tiro de Misericórdia” de Aldir Blanc e João Bosco e “Meu Guri” de Chico Buarque de Holanda o espetáculo ÀBÍKÚ conta a história de André, um menino que nasce da falta de diálogo dos pais, vive em meio às desigualdades sociais do país, cresce na ausência de perspectivas no futuro e morre aos treze anos mudando para sempre a vida daqueles que ficaram. Sua morte deixa mais do que um sentimento de revolta ou a velha pergunta: “De quem é a culpa?”. Deixa uma forte sensação de que, talvez, o mais importante não seja o culpado, mas sim o que cada um de nós (sociedade) poderia ter feito. A linguagem estética do espetáculo mistura uma interpretação - inicialmente - realista; onde é exposta toda a fragilidade da relação dos pais Rosa e Dimas à uma interpretação mais lúdica e interativa proposta a partir do nascimento do menino André. Essa mistura entre o realismo e o lúdico cria uma atmosfera envolvente que convida o público a vivenciar essa história hora lúdica, hora fática... hora rija, hora branda... hora hílare, hora banzo... Tudo isso enriquecido pela pesquisa corporal e musical nas manifestações da cultura popular brasileira de matriz africana (sempre presente nos trabalhos do grupo). A palavra Àbíkú é, numa tradução literal: Abí (nascer) e Ikú (morrer). Refere a um mito Yorubá (grupo étno-linguístico localizado na África Ocidental) que professa a respeito de crianças nascidas sob um destino: Vir ao mundo, causar grandes transformações e partir ainda infantes. O espetáculo Àbíkú transporta o mito africano para a realidade brasileira, contrapondo a ideia de “Destino” proposta pelo mito por meio da relação de “Causalidade” trazida pela condição social em que os personagens estão inseridos, convidando o espectador tanto a vivenciar a poética dessa história, quanto a refletir sobre a ética discriminatória de nossas reações sociais. A encenação possui forte apelo popular, e no que se refere à forma, é claramente um Teatro Aberto. Ou seja, seus personagens estão num espaço em que não há barreiras entre contracena e plateia. A presença e a participação do público são um pressuposto. Não se trata de mera interatividade, mas da construção coletiva que se estabelece entre atores e plateia para a realização do espetáculo.
Ficha Técnica: Realização: Teatro Negro e Atitude. Direção: Evandro Nunes. Texto: Evandro Nunes, Clécio Lima, Danielle Anatólio e Marcus Carvalho. Elenco: Clécio Lima, Sinara Teles e Marcus Carvalho. Cenário: Clécio Lima. Figurino: Alex Teixeira. Iluminação: Paulo Alves Faria Direção Musical, trilha sonora original e produção: Marcus Carvalho.
Duração: 60 mim
Foto: Pablo Bernardo