Descrição
Estilo: Longa duração – Circo, dança e teatroSinopse:
Erês – Ibejis, na filosofia iorubá, são entidades infantis encontradas nos sistemas filosóficos e religiosos de matrizes africanas no Brasil. No nosso entendimento, os erês também são responsáveis por dinamizar a palavra que sopra alegria.
A história começa com um grupo de pessoas – mais conhecidas como artistas nas bandas de cá – chegando num pequeno vilarejo. Esse grupo de artistas é, na verdade, a confluência de pessoas de várias comunidades circunvizinhas que descobriam, por meio dos ensinamentos das mais velhas e dos mais velhos, como enganar a morte para que esta não mate mais seus parentes e amigos.
Ao chegar nesse novo vilarejo da diáspora negra no mundo, o Coletivo se depara com um ritual de culto aos ventos, feito por uma nganga (feiticeira, cuidadora na língua kimbundo – uma das línguas faladas em Angola). Essa nganga é uma cubana e pede, no ritual, para que a Dona dos Ventos afaste a morte da sua comunidade. A nganga se mostra aberta à chegada desse grupo que anda cantando-dançando, transmitindo a história contada pelos mais velhos de como ludibriar a morte, e o convida a participar desse ritual. Depois que a cerimônia é finalizada, a mais velha é acolhida para seguir cantando a vida com o restante do grupo até a comunidade vizinha.
Ao chegar à comunidade vizinha, o cortejo para e a griot (contadora de histórias) narra, mais uma vez, para os ibejis como eles podem enganar a morte para que não haja mais perdas naquele lugar. A história contada pela griot vai enredando várias comunidades diaspóricas, representadas por cada uma daquelas pessoas, que querem afastar a morte por meio do canto e da dança. Ao entender que aquele aviso é um pedido de socorro, o grupo de artistas andantes começa a cantar e dançar, novamente, depois de ouvir a griot.
Dessa forma, a festa começa/continua onde o repertório é definido por cocos das diversas partes dos estados nordestinos, cirandas e cantos aos orixás cultuados em Cuba. O Coletivo Erês – Mensageiras dos Ventos tem como motivo poético essas três referências e ao, mesmo tempo, traz nesse espetáculo uma pluralidade de performances circenses que tornam o show um evento inesquecível. Essa costura de performances está inspirada nos tradicionais cortejos circenses ainda realizados em pequenos vilarejos. Portanto, nesse espetáculo, os cantos dos tradicionais cocos nordestinos, cirandas e canções de expressões culturais negras de Cuba embalam os artistas e criam tessituras musicais onde os cantantes dançantes performam uma encruzilhada entre o céu, a terra, o fogo, a água e o ar grafitando imagens por meio de sons, gestos, cheiros, trupés e corporeidades possibilitando um universo sonorizado por reencontros.Ficha Técnica:
Direção geral: Rio Fulô do Kariri, Ridalvo Felix
Componentes da dança e performances circenses: Aleke Íris; Ana da Paz; Bia de Oyá; Bruno Senna; Carol Anja do Mar; Fritas; Douglas Santana; Eliza de Jesus; Emerson Maciel; Felipe Augusto; Fernanda Silva; Francys Scull; Gi Carvalho; Gláucio Lestrange; Heloísa Andrade; Indi Moçambicana; Isabel Carvalho; Iuri Moraes; Jasmim das Flores; Jéssica Angel; Kelvin Cássio; Laura Leste; Leandro de Sá; Flor de Liz; Lisa Carolina; Lua dos Ventos; Nathan Motta; Renan Barcelas; Rio Fulô do Kariri; Junio Cigano; Rodrigo Santos; Suellen Ohana; Thaís Oliveira; Lorena dos Cocos; Vitú de Sousa; Vitor das Matas; Yasmin Salim.
Direção musical: Lorena dos cocos.
Componentes da música: Aleke Íris; Fritas; Francys Scull; Iuri Moraes; Flor de Liz; Nathan Motta; Renan Barcelas; Suellen Ohana
Som: Suellen Ohana/ Claudio Fritas/Lorena Anastácio
Mesa de som: Gustavo Pagani
Cenário: Luana Stéfani/ Vitor Luiz/ Gizele Dias/Eliza Carolina/Ridalvo Felix
Iluminação: Thaís Oliveira
Coordenação Técnica: Suellen Ohana
Foto: Reinaldo Freitas